1. |
a common question
04:04
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2. |
uneven memorial
03:52
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por quantos pregos respiro?
quanto calor reverbero?
quanto fulgor rodopio?
quantos cansaços tolero?
quem te deu esse veneno? mata a sede? dá-me um trago.
não achas o frasco pequeno? viste a gata? foi pró lago.
por quantos pregos respiro?
quanto calor reverbero?
quanto fulgor rodopio?
quantos cansaços tolero?
é melhor não andar mais. viste os ossos? eram tantos.
sentaram-se nos troncos grossos, à laia de implantes santos.
por quantos pregos respiro?
quanto calor reverbero?
quanto fulgor rodopio?
quantos cansaços tolero?
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3. |
how it came to be
03:06
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4. |
a secure place
06:43
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uma suave, quase patética brisa traz da casa em ruínas os eflúvios da ovelha em putrefacção
larga a bicicleta ao chão.
aproxima-te.
entra.
observa o centro da sala.
repara no tecto de telhas ruído em chão de cacos.
a lã cobre a carnificina
qual ritual espontâneo de esquecimento e absurdo.
sai da casa.
observa o poço.
largo como uma eira,
abre a boca escarpada à secura em volta.
apenas uma figueira pende, corajosa,
sabe ser capaz, mais que muros
pega na bicicleta
tens a escolta dos fabulosos reveladores do vento, louros de sol, uivando gestos precisos na difícil curva do nunca no mesmo sítio e sempre de raízes cerradas a um coração generoso de terrão
as cigarras metamorfoseiam-se metafisicamente em silvo pelo outro,
em ripas de som e força
por onde caminha o ímpeto
nenhum peso é pesado nesta escala
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5. |
end of this spectrum
04:37
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6. |
place shaping
03:00
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quando me zango com a minha amiga,
Pandora, a gata preta, vem e roça-se nela, em mim,
numa urgência serena, na busca de atenção para o talvez não
seja boa ideia tanto cérebro e narração
na mais bela acção sensível de concórdia
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7. |
renaming ninth street
05:08
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8. |
broader context
03:30
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de uma passagem fugaz por lisboa, vai agora fazer vinte anos, lembro-me de entrar numa porta e lá dentro ser afinal um bar cheio de gente a dançar um som pesadão e sem rosto. Havia uma máquina de arrancar cabeças junto ao balcão. uma das colunas tinha o woofer rebentado e era como se escorresse baba da boca de uma vociferação qualquer. todos tinham suores atravessados de perfumes. na minha ingenuidade, insistia em aplicar-lhes olhares trespassantes d’alma, o que fazia das danças rituais ainda outros, mais reais, mais crianças, mais animais.
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9. |
story silenced
04:02
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10. |
unrealized vision
04:24
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ouvimos o raio da raga vezes e vezes. e não era só de manhã, como é suposto no caso desta, era a qualquer altura do dia. o resultado foi bonito: acalmei-me. era como uma pena longa que tinha de cumprir nesta prisão imensa onde apenas me era vedado fazer da inteligência uma arma. o movimento era sempre rubicundo, sem derrame de sangue ou arrancar de crosta. o espaço simplificava-se sem a violência toda, apenas a suficiente para o corpo estremecer, os pêlos eriçarem-se, quererem ir
ao mar colher cordões
vim do mar, cordões colhi,
fui ao mar colher cordões
vim do mar cordões colhi
fui ao mar colher cordões
vim do mar cordões colhi
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11. |
take place in present
03:07
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