1. |
zé
06:07
|
|||
2. |
lenha
05:55
|
|||
Defronte
à candeia
e eu levo
na floresta
do ensejo
come meio
deita fora
o número
grosseiro
d´alvuras
criaturas
espécies
de coisas
animadas
sem vaga
com copas
ramos e pés
dores até
sem asas
não piam
não dão
ao pião
só abrem
a porta
ao desejo
desnutrido
fogo
carraça
terreno
parte
do desejo
parte
da tua maneira
da tua cegueira
da lenha dos teus olhos
do fogo que me fala
perto
coisa do deserto
a lenha dos teus olhos
a lenha dos teus olhos
é a sobra
do que resta
do que resta
do que fica
do que tenho
é a lenha dos teus olhos
é a lenha dos teus olhos
que eu queimo
é a lenha dos teus olhos
é a lenha dos teus olhos
que eu corto
é a lenha dos teus olhos
a lenha dos teus olhos
que eu corto
é a lenha dos teus olhos
a lenha dos teus olhos
que eu queimo
é a lenha dos teus olhos
é a lenha dos teus olhos
que fátuo
a lenha dos teus olhos
a lenha dos teus olhos
é a coisa que fica
para sempre
a lenha dos teus olhos
a lenha dos teus olhos
é a coisa que fica
para sempre
|
||||
3. |
trôto
04:28
|
|||
deixo ao lado
desnudo o corpo
diarreio o soro
piso no engodo
corro atrás de ti
vens me cheirar
vou até ali
vens a chegar
deixo-te escapar para te ir buscar
mas esbarro em líquido fecal
É à mangueira que me limpam
Enquanto decido não mais voltar
borra te
bortate
enxotate
deixa te estar
ja vais à faca
a gemer mal degolado
és amigo dos da cidade
companhia omnipresente do campo
e comes tudo tudo tudo
se me deixo ficar
seria a morte planeada
em sonhos de juba celular
espirra respira burgesso a resfolegar
daqui de baixo se vê o mundo
daqui sempre se cheira mal
envolto em mimo quente
restos da mulher de avental
Avante o camaradismo
Não sou da quinta animal
Não roubo aos inocentes
Não me considero normal
deixo ao lado
desnudo o corpo
diarreio o soro
piso no engodo
|
||||
4. |
cabernais
05:26
|
|||
quando vives no buraco
o buraco ganha luz
tira os bolinhos do saco
mistura com o teu pus
tudo cheira a maresia
menos eu, porra, já minto
quer se chore quer se ria
rega bem com mel e absinto
a figueira no inverno
sonha figos infernais
bota umami eterno
coentro dos cabernais
gangrenei umas raivotas
com gaivotas e sabao
acompanha com bolota
corta o fel com meio limao
vivo ao relento do pranto
é melhor do que ao relento
ah carai comemos tanto
vamos resistir ao tempo
busca caldo cor de frango
que é o que dá sabor
com os pés das cerejas
faz-se o chá do alvor
Amarra os pés no chão
oferece comida ao cão
senta ao sol do nino
rega bem com mel e absinto
E com dois confortos juntos
abolidos de sebenta
bota no sansadurninho
de caldinho a caldinho
Cala-te já portanto
Fala pouco e cospe breve
pois não penses que és jumento
deixado de ser imberbe
Mas dá os bolinhos porra
são esses que tu conheces
siga com deslizes breves
rega bem com mel e absinto
Puxa fora saca dentro
deixa vir o alimento
ah carai, comemos tanto
vamos resistir ao tempo
|
||||
5. |
causa
05:00
|
|||
Senhores
tricotados de penhores
assombram se ao beijo
desmembram-se em queijo
com um só ensejo
que é nao ter bolor
Senhores
com lapsos de memória
com chá de chicoria
a que chamam
café
Senhores
deixem os estertores
há coisas de sorte
coisas absurdas
a que uns chamam viver
Senhores
da causa e das dores
da coisa que causa
A causa que é a da dor
Senhores
possessos inventores
larguem o louvor
que vos traz pela trela
imagem de bestas
que usam auréola
Senhores
a causa é a dor
a dor que causa
a coisa
que causa a dor
Senhores
que causam a dor
que casa a causa
com a causa
que é a da dor
Senhores
a causa é a dor
Da dor que causa
a coisa que causa a dor
Senhores
a dor é a causa
e a causa é a dor
oh dor
Senhores
nao há outra coisa
que causa outra coisa
que não a causa
que causa a dor
|
||||
6. |
bicário
03:00
|
|||
Vejo-me à noite
em estrada acima
sujo de desejo
e consciência limpa
avanço como neblina
arranco a minha própria espinha
chuto ervas daninhas
confundo pedra com tetina
amanho corações antigos
desembaraço abortos findos
procuro lua no candeeiro
amarela como a tinha
desenrolo carnes vivas
trinco vinagreiras lícitas
acordo de repente
procuro o meu demente
Sopro vidro imaginário
como o mário contrario
rabisco ambições antigas
como a cona da tua prima
eu páro, escuto e olho
e só vejo matreirice
continuo a andar ao vento
já com olho pró sabujo
|
||||
7. |
escaravelho
05:54
|
|||
Escaravelho bordelho
malífice adueiro
covas pés na areia
em ritmo pederneiro
alivias o teu dom
no ouvido do ausente alheio
constróis a casa de dejecto
do teu inimigo parceiro
sobes ao sol a escada
do teu rasto fugaz
continuas a comer
aquilo que nem te satisfaz
escavas ninho quente
com as patas somente
usas a boca guerreiro
com nutriente cagueiro
És humilde e tractorista
símbolo do anarquista
sabes de tudo o que tens
que é mais que ter bens
arranjas carros durante o dia
consomes escarros por folia
assumes o teu degredo
e passas por cima do meu dedo
és o animal preto
de simplicidade orquestral
aceita este meu instinto
singelo rap banal
Escaravelho
longínquo guerreiro
da pradaria
que trabalha na padaria
|
||||
8. |
família
06:32
|
|||
De entremeio
está este inferno cheio
do que se fala
eu nao sei
a luz do sol
desaparece na janela
do desfoque
de um ecrã
e de um desejo
de mais um ensejo
pago a cartão
pela namorada
que se vende na data
com promocão
sem descricão
com vontade de dar a alguém
aquilo que só tens
porque queres ali
porque se não quiseres
o outro já tinha
e se deixares
ficas tu na linha
diz la porque é que carregas
desta cruz
tão inimiga
invenção da tua cabeça
tolinha
eu há coisas e tal
que a vida é uma merda
vou lá devolver
que isto já não tem emenda
não tenho mais pra dar
quero toda a prateleira
este aqui porque não
bora ir à bancarrota
Deixa me que te diga
o coiso do oiso
o osso do sono
o mor do morto
o raio do congo
o salário do rebordo
o enfadonho do medonho
o calibrar do engodo
o xpto do baloiço
o gingar da foice
e aqui me tens
deambulante terreno
de contacto gravado
balbúcio do prado
sustido ao teu lado
a dois dedos
do orifício
que é o teu gelado
mais um amigo pelado
mais um amigo
pelado
De entremeio
está este inferno cheio
do que se fala
eu nao sei
a luz do sol
desaparece na janela
do desfoque
de um ecrã
e de um desejo
de mais um bocejo
pago a cartão
pela namorada
que se vende na data
com promoção
sem descrição
com vontade de dar a alguém
aquilo que só tens
porque queres ali
porque se não quiseres
o outro já tinha
e se deixares
ficas tu na linha
diz lá porque é que carregas
desta cruz
tão inimiga
invenção da tua cabeça
tolinha
e eu há coisas e tal
que a vida é uma merda
vou lá devolver
que isto já não tem emenda
não tenho mais pra dar
quero toda a prateleira
este aqui porque não
bora ir à bancarrota
porque quando se faz
é pra se fazer bem
que senão não dura
isto aqui é para mim…
… e para a família
… isto aqui é para mim…
… e para a família
|
||||
9. |
banana
01:57
|
Streaming and Download help
If you like rijeza, you may also like:
Bandcamp Daily your guide to the world of Bandcamp